08 out Cresce número de empresas-filhas e geração de emprego chega a 19,2 mil vagas
Por Juliana Ewers
Apesar do cenário econômico desfavorável, o número de empresas-filhas da Unicamp cresceu 20,6% no último ano, alcançando a marca de 286 empresas-filhas ativas no mercado. O número de postos de trabalho também aumentou. Hoje, as empresas-filhas são responsáveis por empregar 19,2 mil pessoas – 16,18% mais do que em 2014. E o faturamento anual somado já ultrapassa R$ 3 bilhões, segundo aponta o levantamento realizado pela Agência de Inovação Inova Unicamp.
O estado de São Paulo lidera disparado o ranking quando se trata de localização: 93,6% de todas as empresas-filhas têm sede aqui. E a cidade que mais sente os reflexos econômicos dessa pujança é Campinas. O município concentra 67,5% de todas as empresas-filhas cadastradas. Há também 17,1% na capital e outros 7,5% nas demais cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas).
“A maior parte dessas empresas são de base tecnológica, ou seja, estão permanentemente preocupadas com inovação e novos negócios. Por isso, estar próximo da Unicamp é um diferencial. Foi daqui que eles saíram e têm a consciência de que, para conseguir a mão de obra qualificada para suas empresas, é necessário se manter próximo à universidade”, analisa do diretor-executivo da Inova Unicamp, Milton Mori.
“Acredito que tanto estudantes como empreendedores e investidores escolhem Campinas como base para seus estudos e negócios por que sabem que aqui encontrarão conhecimento e incentivos para tirarem suas ideais do papel”, completa Fabrício Bloisi, CEO da Movile, uma das empresas-filhas da Unicamp que mais contratou no último ano.
Como parte importante do crescimento da empresa, a internacionalização também foi um ponto abordado no levantamento. Do total de empresas-filhas, já chega a 37,86% as que possuem atuação fora do País, como escritórios no exterior e atividades de exportação.
“Nossa missão é transformar cada empresa numa empresa digital. Esse é um desafio que está na agenda do CEO de todas as grandes corporações. Estamos muito bem posicionados nos nossos dois maiores mercados: Brasil e Estados Unidos. Em ambos, crescemos com a mesma intensidade, mas por motivos distintos”, comentou Cesar Gon, fundador e CEO da CI&T, empresa-filha que visualiza grande alavancagem de vendas no mercado americano.
Justificando a força de TI (Tecnologia de Informação) na região, houve um considerável aumento de empresas nessa área, que já correspondem a 45,5% do total de empresas-filhas. Em 2014, eram 27,3% empresas nessa área. Em seguida, aparecem Consultoria (22,6%), Engenharia (16,4%), Educação (7,8%) e Energia (7,5%).
Perfil dos empreendedores
O levantamento da Agência de Inovação Inova Unicamp ainda apontou que 52,3% dos sócios das empresas-filhas são ou foram alunos da graduação da universidade, 18,66% da pós-graduação, 3,08% docentes e o restnte com outros tipos de vínculo com a universidade. Em relação às unidades, 24,4% dos empreendedores vieram do IC (Instituto de Computação), 22,3% da FEEC (Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação), 9,5% da FEM (Faculdade de Engenharia Mecânica), 7,6% do IMECC (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica) e 6,7% FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos).
“A Unicamp se consolidou como uma universidade empreendedora. São vários os programas de empreendedorismo existentes e as ações ligadas à área. Todas essas iniciativas são apoiadas pelas próprias empresas-filhas, através das iniciativas do Unicamp Ventures, formando um verdadeiro círculo virtuoso. Quanto mais empresas-filhas, mais elas podem contribuir com o empreendedorismo na Unicamp, e assim, mais empresas-filhas nascem. É um belo exemplo de ecossistema funcionando. Temos muito a melhorar, naturalmente, mas estamos no caminho certo”, afirma a presidente do grupo Unicamp Ventures, Rosana Jamal.
A participação de mulheres nas sociedades também foi apurada pela pesquisa. Hoje, 54 empresas-filhas têm mulheres entre os sócios, o que significa apenas 18,9% do total de empresas ativas. As principais áreas dessas empresas são: educação, biotecnologia, agricultura e química.
“Pessoalmente, como mulher, executiva e empreendedora, vejo que a adesão da mulher ao empreendedorismo ainda é tímida. Por outro lado, bem sabemos que a mulher brasileira é uma empreendedora nata, muitas vezes por necessidade. Tenho a expectativa e esperança de que as mulheres vão buscar no empreendedorismo uma nova forma de trabalho, mais aderente às suas necessidades de mulher e de profissionais”, avalia Rosana.
Unicamp Ventures
O Unicamp Ventures é uma rede de relacionamento e colaboração entre empreendedores ligados à Unicamp (alunos, ex-alunos, professores, ex-professores, funcionários, incubados e graduados da Incamp – Incubadora de Base Tecnológica da Unicamp). A missão do Unicamp Ventures é fomentar o empreendedorismo baseado no conhecimento científico ou tecnológico adquirido ou gerado através de pesquisa na universidade.
“Na minha opinião, o avanço do Unicamp Ventures nesses dez anos está refletido no fato do grupo deixar de ser somente um evento de encontro de empresários ex-alunos para ser uma organização que atua ativamente no ecossistema empreendedor da Unicamp”, indica o CTO da MBA60, Alexandre Neves.